Palácio Duques de Cadaval

Até ao dia 10 de Dezembro de 2023, as salas do Palácio Cadaval recebem a exposição de cerâmica contemporânea Obrigado à Terra, com curadoria de Pierre Passebon. Estes espaços, habitualmente povoados pelos ecos da história, acolhem, até ao final do ano, peças únicas de 35 artistas de várias nacionalidades. Cada objeto reflete a visão do seu criador, numa diversidade de estilos, técnicas e temas, celebrando o poder transformador da cerâmica.

O Palácio Cadaval, conhecido pela grandiosidade arquitetónica e por ser, ele mesmo, parte da portugalidade, serve, assim, de cenário para uma exposição memorável, uma oportunidade para descobrir como as salas históricas do Palácio ganham uma nova vida.

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Visitar o Palácio Cadaval é sentir de perto aquela que é também a História da portugalidade. Berço e propriedade da família dos Duques de Cadaval, desde a sua fundação, no século XIV, até aos dias de hoje, o Palácio nasceu sobre as ruínas de um Castelo Mouro, no coração da cidade de Évora, e soube prolongar-se no tempo em toda a sua essência através de programas de intervenção cuidados.

Situado em frente ao Templo Romano, o Palácio é um exemplo singular no património arquitetónico do país, resultando da fusão dos estilos mudéjar, gótico e manuelino. O corpo do edifício integra uma vasta área residencial de vários pisos, dois jardins interiores e uma igreja que é também panteão de todas as gerações da família dos Duques de Cadaval. A igreja constitui, de resto, uma referência nacional pelos seus grandiosos interiores onde imperam painéis de azulejos assinados e datados do início do século XVIII.

Martim Afonso de Melo, fidalgo servidor do Mestre de Aviz e descendente da família real portuguesa, mandou erguer o edifício, designado na altura de Palácio da Torre das Cinco Quinas, tendo sido residência temporária dos monarcas Dom João II, Dom João IV e Dom João V. Foi também neste Palácio que esteve prisioneiro Dom Fernando II, Duque de Bragança, acusado de conspiração contra o rei Dom João II e depois decapitado na Praça do Giraldo, em Évora, em 1483.

Hoje o Palácio permanece a residência dos Duques de Cadaval, embora a igreja e parte das salas estejam abertas ao público ao longo de todo o ano, exibindo uma coleção de peças históricas e contemporâneas da família – livros, forais, armaria, pintura, escultura, mobiliário, porcelana, retratos e acessórios de viagem, entre outros –, ao mesmo tempo que se recolhe e dá lugar, temporariamente, a diversas exposições internacionais de caráter cultural e artístico.

Palácio Duques de Cadaval

Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
Palácio Duques de Cadaval
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Palácio Duques de Cadaval
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Igreja de São João Evangelista

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A Igreja do Palácio Cadaval, propriedade privada com culto religioso, é também conhecida e referida em livros e guias como Igreja de São João Evangelista ou como Igreja dos Lóios, por ter feito parte do Convento da Ordem de Santo Eloi, Lóios por deturpação portuguesa. Fundada em 1485, foi construída sobre as ruínas dum castelo árabe, destruído pelas revoltas do Mestre de Aviz no século XIV.

Restaurada em 1957 e 1958, por Dom Jaime Álvares Pereira de Melo, 10º Duque de Cadaval e pai da atual Duquesa, foi-lhe então restituída toda a sua beleza e esplendor original, preservando-se cuidadosamente as suas mais emblemáticas características e que fazem desta igreja um dos templos religiosos privados mais bonitos de Portugal.

A Igreja apresenta-se com um pórtico gótico de grande nobreza, do último terço do século XV, e integra uma lápide em forma de baldaquino, com a inscrição da data da sua fundação e com o brasão do seu fundador, Dom Rodrigo de Melo, 1º conde de Olivença.

A nave está ornamentada com nervuras góticas e revestida com uma esplendorosa coleção de painéis de azulejos do pintor António de Oliveira, assinados pelo autor e datados de 1711, que representam cenas da vida do Patriarca de Veneza, São Lourenço Justiniano, fundador da Ordem de Santo Eloi.

No chão da igreja encontram-se túmulos das várias gerações de Duques de Cadaval e seus ascendentes, desde o século XV, e uma cripta com um ossário atribuído a frades da Ordem de Santo Eloi. Na nave central é ainda possível admirar uma cisterna árabe. Numa das paredes laterais, com ligação direta ao Palácio, impera uma tribuna do século XVII, mandada construir pelo 1º Duque de Cadaval, Dom Nuno Álvares Pereira de Melo.

O altar da capela-mor da Igreja é em talha dourada, ao estilo maneirista do período de transição da renascença para o barroco e as suas imagens representam São João Evangelista, fundador da congregação do mesmo nome e São Lourenço Justiniano, fundador da Ordem de Santo Eloi. As paredes estão revestidas com azulejos do século XVII, policromados, ao estilo tapete. No chão encontram-se dois originais túmulos de mármore desenhados e gravados – um retrata as figuras de Dom Rodrigo de Melo, 1º Conde de Olivença, fundador da igreja e de sua mulher, a Condessa Dona Isabel de Meneses, o outro representa as figuras de Dom Álvaro de Bragança e de sua mulher, Dona Filipa de Melo, Condessa de Olivença.

A capela do Santíssimo impõe-se com o altar dourado do século XVIII. Numa das paredes laterais destaca-se o túmulo renascentista do século XVI, de Dom Francisco de Melo, grande latinista e conselheiro do rei Dom João III. A autoria deste túmulo é atribuída ao arquiteto francês Nicolau Chanterene. Na outra parede desta capela está o túmulo de Dom Manuel de Melo, pai de Dom Francisco de Melo, 2º Capitão e Governador de Tânger.

Igreja de São João Evangelista

Igreja de São João Evangelista
Igreja de São João Evangelista
Igreja de São João Evangelista
Igreja de São João Evangelista
Igreja de São João Evangelista
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Igreja de São João Evangelista
Igreja de São João Evangelista
Igreja de São João Evangelista
Igreja de São João Evangelista
Igreja de São João Evangelista
Igreja de São João Evangelista
Igreja de São João Evangelista

A Família dos Duques de Cadaval

O título de Duque de Cadaval foi criado pelo rei Dom João IV no dia 26 de Abril de 1648, data de nascimento do infante Dom Pedro, futuro rei Dom Pedro II. O primeiro Duque de Cadaval foi D. Nuno Álvares Pereira de Melo (1638-1727), filho de D. Francisco Manuel de Melo, um dos pilares da restauração da independência nacional em 1640, de quem D. Nuno viria a herdar também o título de Conde de Tentúgal e Marquês de Ferreira.

Com o acumular de poder, heranças e títulos, D. Francisco Manuel de Melo passou a ser um dos nobres mais poderosos do reino, para cujo vasto património muito contribuiu a luta desta família pela causa da independência nacional desde 1580 e com ponto alto na restauração em 1640.

Os Duques de Cadaval têm a mesma varonia da Casa Real de Bragança, uma vez que descendem da Casa de Bragança por D. Álvaro, filho do 2º Duque de Bragança e sua mulher, D. Joana, filha do 2º Senhor de Cadaval. Todos os Duques de Cadaval descendem do primeiro Rei de Portugal, Dom Afonso Henriques e do Santo Condestável, Dom Nuno Álvares Pereira. Entre os inúmeros privilégios da Casa dos Duques de Cadaval, contava-se a autoridade senhorial de poder nomear e confirmar as vereações municipais, podendo nomear ouvidores, escrivães, inquiridores, contadores e outros nas terras da sua jurisdição.

Desde 1648 e até à atualidade, o ducado de Cadaval conta com 11 titulares. Dom Jaime, o 10º Duque de Cadaval, faleceu em Lisboa a 1 de Agosto de 2001, deixando viúva Dona Claudine e duas filhas, Dona Diana, então solteira, e Dona Alexandra. A atual Duquesa de Cadaval, 11ª titular, é a filha mais velha do casal, Dona Diana Álvares Pereira de Melo, SAR a Princesa Diana d’Orléans, Duquesa de Anjou, que casou a 21 de Junho de 2008, na Sé Catedral de Évora, com SAR o Príncipe Charles-Phillippe d’Orléans, Duque de Anjou, descendente dos Reis de França. O casal tem uma filha, SAR a Princesa Isabelle d’Orléans, nascida em Lisboa, a 22 de Fevereiro de 2012.

A Família dos Duques de Cadaval